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Brasileiros vendem foto da íris dos olhos para empresa de tecnologia

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Foto: Grégoire Hervé-Bazin/Unsplash

Um projeto de escaneamento de íris, já vetado por governos de países como Alemanha, Espanha e Portugal, está avançando em São Paulo, onde cerca de 500 mil voluntários já registraram suas íris em 35 pontos de cadastramento espalhados pela cidade. A iniciativa é liderada pela startup World, fundada por Sam Altman, criador do ChatGPT, e oferece como recompensa o equivalente a R$740 em tokens (criptomoedas).

O processo envolve o uso de um dispositivo chamado Orbs, que escaneia a íris e gera um código único, o World ID. Segundo especialistas, o reconhecimento por íris é uma das formas mais seguras de identificação biométrica, com uma margem de erro extremamente baixa. No entanto, o projeto tem gerado preocupações entre advogados e especialistas em proteção de dados, que alertam para possíveis riscos de uso indevido de informações biométricas.

Apesar da alta segurança prometida pela empresa, uma reportagem revelou que muitos dos voluntários não compreendem a importância dos dados fornecidos e aceitam participar principalmente pelo valor em criptomoedas. Rodrigo Tozzi, gerente de operações da World, afirmou que os dados não são armazenados, mas processados localmente, criptografados e enviados para o celular do usuário, que teria autonomia total sobre eles.

A proposta da startup é criar um documento digital único, capaz de diferenciar humanos de robôs e prevenir fraudes no ambiente online. Ainda assim, o projeto continua a ser alvo de críticas, especialmente pela falta de entendimento público e pela delicada questão da privacidade no uso de dados biométricos.

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