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Leonardo Gonçalves vai a manifestação da esquerda e pede o fim da ‘destruição’ da Terra

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Cantor gospel Leonardo Gonçalves discursa em manifestação convocada pelo cantor Caetano Veloso, e organizada pela esquerda - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O cantor gospel Leonardo Gonçalves, de 42 anos, surpreendeu o meio gospel ao participar de uma manifestação convocada pelo cantor Caetano Veloso, e organizada pela esquerda, nesta quarta-feira (09/03), em protesto a projetos de lei que tratam sobre meio ambiente, e que tramitam no Congresso Nacional.

Artistas de várias regiões do país compareceram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para a manifestação contra o Governo Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O protesto pretendia chamar a atenção para as ameaças do que ativistas e ambientalistas chamam de ‘pacote da destruição’, conjunto de projetos que ameaçam o meio ambiente e a agenda socioambiental.

Leonardo Gonçalves foi um dos artistas a comparecer no ato e a discursar para os manifestantes. Muito conhecido no meio cristão, o cantor afirmou que “o pacote da destruição visa destruir e degradar a criação de Deus através de leis que atacam nossos biomas e povos tradicionais”.

Em seu discurso, de pouco mais de 3 minutos, Leonardo disse que ele estava ali, no entanto não representava os evangélicos do Brasil. Ele fez críticas aos deputados evangélicos dizendo que eles também não representavam todos os evangélicos do país.

“Tem muita gente que acha que eu não deveria estar aqui. Talvez tem até gente entre vocês que acham que eu não deveria estar aqui. Eu não represento os evangélicos do Brasil. Agora os evangélicos que estão no Congresso também não. Eles também não representam os evangélicos do Brasil. Tampouco existem muitos evangélicos pelo clima, existem instituições evangélicos pelo clima”, disse ele no início.

Gonçalves leu alguns versículos dizendo que são textos muito usados para destruir o meio ambiente. Ele explicou para os manifestantes o porquê que a pauta ambiental é uma pauta cristã pegando como base esses versículos.

“E disse Deus ‘façamos o homem à nossa imagem conforme a nossa semelhança e domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre o gado, sobre toda a terra e todo o resto que se move sobre a terra’. E tem evangélico que fala que é pra gente dominar sobre a terra, então é pra gente invadir a Amazônia. Mas não é esse o tipo de domínio, a palavra domínio ela aparece no contexto aqui da imagem e semelhança de Deus, que tipo de domínio Deus tem sobre a humanidade? Ele se fez homem e Ele pela humanidade”, disse Leonardo.

“O tipo de domínio do verdadeiro cristão sobre a natureza é dar sua vida na luta para proteger as florestas, proteger os rios, para proteger os animais. E olha só que interessante, olha só que grave, nós sabemos que hoje no Brasil a melhor maneira da gente proteger o meio ambiente sabe qual é? É permitindo que os povos originários continuem lá. Eles são os que melhor protegem o meio ambiente, eles que estão desenvolvendo e desempenhando a imagem e semelhança de Deus na proteção das florestas. Isso de acordo com a Bíblia”, completou ele.

Em seguida Leonardo leu uma passagem de Apocalipse onde, segundo ele, Deus destruiria quem destruísse a Terra.

“Deus vai destruir quem destrói a terra. O que os evangélicos, o que os cristãos deveriam querer. São duas coisas muito simples. O fim da exploração da terra pelo homem. E o fim da exploração do homem pelo homem. Que possamos pedir o fim da exploração da terra pelo homem e pelo fim da exploração do homem pelo homem. Um grande abraço. Deus abençoe vocês”, finalizou ele em seu discurso [Assista o discurso completo no vídeo nom fim desta matéria].

O protesto desta quarta-feira recebeu o apoio da classe artística e de entidades de classes, de indígenas e da sociedade civil. Antes da manifestação, dezenas de artistas acompanharam Caetano em visita ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional, onde entregaram uma carta com os alertas. Eles foram recebidos pela vice-presidente do STF, ministra Rosa Weber, e pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD).

Entre os projetos apontados pelo ‘Ato pela Terra’ estão o que flexibiliza o licenciamento ambiental (PL 2.159/2021) e o que amplia o uso de agrotóxicos (PL 6.299/2002). Ambos já foram aprovados pela Câmara dos Deputados e aguardam deliberação no Senado.

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