O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), passou a ser réu na justiça do Rio de Janeiro, junto com o ex-prefeito da capital carioca, Eduardo Paes.
Os dois, além de outros réus, estão sendo acusados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) de terem usado 1,6 milhões de reais dos cofres da cidade do Rio de Janeiro no evento “Marcha Para Jesus”, realizado em 2012, sem processo de licitação.
A juíza responsável pelo caso é Mirela Erbisti, da 3ª Vara de Fazenda Pública do Rio. Ela recebeu a denúncia contra o pastor Silas Malafaia e demais corréus em 10 de janeiro, mas só agora a decisão veio a público.
A magistrada entendeu que “há indícios suficientes da participação de cada um dos demandados na prática do ato ímprobo [imoral/desonesto]”. Além do pastor Silas Malafaia e Eduardo Paes, são réus a COMERJ (Conselho de Ministros Evangélicos do Rio), Guilherme Schleder (ex-chefe da Casa Civil) e a prefeitura do Rio de Janeiro.
Sobre o pastor Silas Malafaia, a juíza entendeu que ele “teria se locupletado com o evento, eis que era presidente e representante legal da Comerj, esta a beneficiária direta do ato ímprobo”. E que, além disso, Silas Malafaia esteve “promovendo seu nome pessoal e a associação, concorreu ainda para o gasto aparentemente irregular do município”.
Se condenados por improbidade administrativa, os corréus poderão ter seus direitos políticos suspensos, serem obrigados a devolver o dinheiro objeto da ação aos cofres públicos, além de ficarem impedidos de receberem dinheiro do Estado no futuro, além do pagamento de multa.
Outro lado Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro, disse que no “curso do processo, ficará claro que a Prefeitura do Rio sempre apoiou eventos pra estimular o turismo religioso na cidade, sem qualquer discriminação de credo ou fé”.
Já o pastor Silas Malafaia disse que estava sendo vítima de “perseguição religiosa”, e que a verba para o evento só foi liberada “depois que a programação do evento foi apresentada”. Disse também que a Marcha Para Jesus foi realizada para promover a paz, e que todos os documentos das transações e notas do evento foram apresentados.
Os outros denunciados não foram encontrados para manifestarem-se.
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