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Silas Malafaia sai em defesa de Ana Paula Valadão e volta a associar gays à AIDS

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O pastor Silas Malafaia usou as redes sociais nesta quinta-feira (03) para compartilhar um vídeo no qual defende a cantora gospel Ana Paula Valadão, depois que o Ministério Público Federal decidiu instaurar um inquérito pra investigá-la pelo crime de homofobia, após falas da líder do Diante do Trono de 2016 viralizarem nas redes sociais.

A representação foi aceita no dia 17 de novembro pelo procurador Helder Magno da Silva, e foi feita por Agripino Magalhães, que é ativista LGBT+. Ele se baseou em declarações que Ana Paula Valadão deu em 2016, no Congresso Diante do Trono.

Silas Malafaia classificou a abertura de inquérito pelo MPF como “vergonha”, e voltou a repetir o discurso ultrapassado e preconceituoso de que a AIDS, causada pelo vírus do HIV, afeta mais os gays que os héteros, e que eles só saíram do “grupo de risco da AIDS” porque fizeram “pressão na mídia”, segundo o pastor.

“Isso é uma vergonha! Se tem uma instituição que eu defendo e respeito é o Ministério Público. Vamos à Constituição! É livre a manifestação do pensamento. Ninguém pode ser cerceado da manifestação de suas convicções políticas, filosóficas e religiosas. O lugar do culto é inviolável! Isso está na Constituição brasileira! Ana Paula deu uma palavra, segundo suas convicções, dentro da igreja. (…) Eles falam em Estado laico e querem controlar nossa fala dentro da igreja. Sabe quem tirou os gays do grupo de risco da Aids? Não foi a Ciência; foi a pressão deles com a mídia, que os apoia. Em maio desse ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou uma norma antiga do Ministério da Saúde, de que gay para doar sangue tem que ter 1 ano, no mínimo, sem relação sexual. Por que tinha essa norma? Por causa do risco de contaminação, que foi derrubada na caneta, não foi derrubada pela Ciência. Como um membro do Ministério Público denuncia uma pessoa por suas falas dentro da igreja e por suas convicções? Como você chama alguém de homofóbico? Quem determina isso é a psiquiatria. (…) Fica aqui o meu protesto e a minha indignação. Que a Justiça seja feita”, declarou o pastor.

Durante o Congresso Diante do Trono de 2016, cujo tema foi “Assim na Terra como no Céu”, Ana Paula Valadão estava em um bate-papo com o cantor gospel Asaph Borba, que contava uma história dele com um amigo, a quem chamou de “companheiro”. Ao ouvir essa descrição, Ana Paula chamou a atenção de Asaph e disse que precisava esclarecer para o público o termo “companheiro”, para não dar a impressão que ele estava se referindo a um namorado, já que o termo “companheiro” é bastante utilizado para designar pessoas LGBT que se relacionam. Em seguida veio a fala considerada homofóbica. Ouça abaixo na matéria em vídeo:

“Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. Qualquer outra “opção” é uma escolha do livre arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências. (…) A Bíblia chama de qualquer opção contrária ao que Deus determinou, de pecado. E o pecado tem uma consequência que é a morte. Está aí a Aids para mostrar que a união entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte e contamina as mulheres, enfim…”, disse a cantora gospel.

Dentre essas consequências, segundo Ana Paula Valadão, estaria a AIDS, causada pelo HIV. Para ela, Deus castiga pessoas LGBT com a doença pelo fato delas não serem héteros, como Ana Paula crê que é o “normal”. Ouça na matéria em vídeo abaixo:

Na portaria que abre o inquérito, o MPF diz que “a situação, na forma em que foi narrada, caracteriza-se como ‘discurso de ódio’, restando ao estado o dever de proteger as vítimas e responsabilizar os infratores, de maneira que essa atuação é ainda mais necessária no atual cenário brasileiro, em que a homofobia se encontra tão presente e multiplicam-se casos de ódio e intolerância”.

Desde que o vídeo foi alvo de críticas nas redes sociais, e até agora, com a instauração de inquérito pelo MPF, Ana Paula Valadão decidiu não se manifestar sobre o assunto.

Segundo o Ministério da Saúde, dados acumulados de 1980 até 2010 mostraram que a maior incidência de AIDS no Brasil, por exemplo, não é entre gays. Ao contrário da fala da cantora gospel e do pastor Silas.

Homens héteros representam 30,5% dos infectados, enquanto gays somam menos, 20,1%. Já entre as mulheres, 87,5% que contraíram o vírus são héteras, a esmagadora maioria.

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